Se você olhar pra trás, para a história, você vai ver que todos os movimentos que lutaram e conseguiram mudanças culturais e sociais - que mudaram a vida de muita gente - foram em algum momento taxados de "chatos" pelas próprias pessoas que visavam ajudar.
Quando as feministas lutaram pelo direito da mulher ao voto, o direito de poder trabalhar fora, o direito de não ter que obedecer seu marido, entre outras coisas que hoje todas as mulheres se beneficiam; haviam muitas mulheres que achavam o movimento feminista um "bando de chatas".
Quando os negros abolicionistas lutaram contra a escravidão, haviam diversos negros que os achavam "causeiros", que a vida era assim mesmo, que eles só estavam comprando briga.
Quando o movimento LGBT lutava para poder se assumir sem perder o emprego ou sem morrer espancado (note que ainda não chegamos lá né), haviam homossexuais que achavam aquilo uma grande baderna, gente chata que queria chamar a atenção e que o jeito era se esconder mesmo, viver no armário e pronto.
Isso se repete através da história, com qualquer grupo que tenha sido históricamente privado de direitos.
Sempre aconteceu de haverem pessoas que seriam futuramente beneficiadas pelas mudanças promovidas por esses movimentos, chamarem quem participava dos movimentos de chatos - e continua acontecendo.
Você não é obrigada a ser feminista, ou a lutar contra a desigualdade, o racismo, a discriminação.
Mas você realmente quer ser a pessoa que chama quem luta de "chatos"?
Você pode não querer ir atrás das informações, se educar, entender o contexto histórico e social de porque algumas coisas são como são, e quais são as grandes e as pequenas ações que podemos fazer para mudar essa cultura.
Mas quando alguém vier até você te ensinar, ou mesmo te dar um toque sobre uma atitude simples, você vai se recusar a aprender?
Lá na frente, quando você estiver vivendo uma vida melhor porque um "bando de chatos" foi atrás de mudar uma cultura e um mind-set, você vai querer ter sido a pessoa que além de não ajudar... atrapalhou?
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