Mais um desejo de amor do dia:
Empatia!
Empatia é quando você para pra ver como outra pessoa
se sente, tenta se por no lugar dela para compreendê-la ou ajudá-la. Você acha
que você tem empatia com o próximo? Vamos refletir?
Quando a gente quer exercer a empatia, tem um uma
coisinha essencial para fazê-lo verdadeiramente: ir atrás de entender como
aquela pessoa se sente. Não adianta só imaginar que tal coisa ofende ou agrada,
se você realmente quer ajudar uma pessoa/grupo, você precisa ir conversar com
ela - ou um representante do grupo - pra entender se é isso mesmo. Porque as
vezes, mesmo se a gente tenta com a melhor das intenções, a gente não consegue
entender como é estar na pele do outro, pelo simples fato que não
estamos.
E aí, quando falta essa empatia ~verdadeira~ o que acontece? É branco dizendo que tal coisa é ou não é racismo (e ignorando o que um negro tem a dizer); é hétero dizendo que tal coisa é ou não é homofobia (sem nunca ter perguntado à um gay como ele se sente); magro dizendo que o gordo está exagerando (mas não tem uma sociedade inteira falando pra ele que o corpo dele é feio); homem dizendo que mulher é vitimista (mas nunca precisou temer pela invasão da sua sexualidade), é gente pra quem nunca faltou comida falando mal de assistência social, e etc etc.
E aí, quando falta essa empatia ~verdadeira~ o que acontece? É branco dizendo que tal coisa é ou não é racismo (e ignorando o que um negro tem a dizer); é hétero dizendo que tal coisa é ou não é homofobia (sem nunca ter perguntado à um gay como ele se sente); magro dizendo que o gordo está exagerando (mas não tem uma sociedade inteira falando pra ele que o corpo dele é feio); homem dizendo que mulher é vitimista (mas nunca precisou temer pela invasão da sua sexualidade), é gente pra quem nunca faltou comida falando mal de assistência social, e etc etc.
Infelizmente, ainda que a sociedade tenha evoluído
muito, ainda temos um longo caminho pela frente quando o assunto é
preconceito.
Ainda temos dados massacrantes sobre como negros são maioria na pobreza extrema e minoria nos cargos de gerência (ou mesmo nos papéis de novela); sobre como mulheres são violentadas por parentes ou pessoas próximas (ou ganham salário 30% menor que homens na mesma função); sobre a quantidade de gente que morre por problemas ligados à anorexia e bulimia porque a sociedade lhe diz que seu corpo é inadequado (ou de gente que se suicida por essa mesma razão); sobre como um homossexual morre a cada 28 horas vítima de homofobia (ou como isso ainda não é crime).
Ainda temos dados massacrantes sobre como negros são maioria na pobreza extrema e minoria nos cargos de gerência (ou mesmo nos papéis de novela); sobre como mulheres são violentadas por parentes ou pessoas próximas (ou ganham salário 30% menor que homens na mesma função); sobre a quantidade de gente que morre por problemas ligados à anorexia e bulimia porque a sociedade lhe diz que seu corpo é inadequado (ou de gente que se suicida por essa mesma razão); sobre como um homossexual morre a cada 28 horas vítima de homofobia (ou como isso ainda não é crime).
O preconceito não está "só nos olhos de quem vê", ele
está nos ombros de quem carrega, e os números não mentem: ele é
real.
E sabe como a gente pode ajudar, e ter empatia de
verdade? Parando de fingir que o problema é dos outros, que preconceituoso é o
vizinho, que racista é a torcedora do grêmio, que estuprador é um monstro verde
que você nunca viu. Parando de criticar só o preconceito alheio escancarado e
olhando pra dentro, pro nosso próprio preconceito escondidinho e
velado.
Se você faz piadinha de negro, mas acha que tudo bem
porque é só brincadeira: não está tudo bem, porque ainda que você (que
curiosamente deve ser branco) ache que não tem problema, você está ajudando a
reforçar um estereótipo e sendo conivente com todos aqueles números feios e
enormes que constroem o racismo.
Se você usa "menininha", "gay", "gordo" ou similares como xingamento ou "zueira", você está - ainda que de brincadeirinha - reforçando que essas coisas são pejorativas e ruins. As palavras tem um poder enorme, e quando a gente usa esses termos dessa forma, estamos sim reforçando preconceitos já enraizados na sociedade (mesmo que de dentro da nossa bolha, não consigamos vê-lo).
Se você vê alguém tendo atitude preconceituosa ou reproduzindo um discurso de ódio, e não fala nada pra não ser "o chato politicamente correto", você está sendo conivente.
Se você usa "menininha", "gay", "gordo" ou similares como xingamento ou "zueira", você está - ainda que de brincadeirinha - reforçando que essas coisas são pejorativas e ruins. As palavras tem um poder enorme, e quando a gente usa esses termos dessa forma, estamos sim reforçando preconceitos já enraizados na sociedade (mesmo que de dentro da nossa bolha, não consigamos vê-lo).
Se você vê alguém tendo atitude preconceituosa ou reproduzindo um discurso de ódio, e não fala nada pra não ser "o chato politicamente correto", você está sendo conivente.
A violência, a opressão e o preconceito não acontecem
num vácuo. Acontece porque nós ajudamos a criar um ambiente que é conivente à
esse preconceito. Nós criamos um ambiente em que estupro é exagero, em que
racismo é só gritar "macaco", em que ser "viado" é uma coisa ruim, em que ser
gordo "não pode ser saudável". Nós, com as nossas palavras e brincadeirinhas,
criamos este ambiente.
E não é fácil deixar de ser conivente, pois vivemos
numa sociedade que nos ensinou que tudo bem ter essas atitudes de preconceito
velado diariamente, e aí se indignar quando um caso de preconceito extremo sai
na mídia. A sociedade não nos deixa ver o quanto isso é contraditório, não quer
que a gente "saia da matrix"...
Para ver, e realmente ajudar o próximo, precisamos OUVIR quem sofre com essa opressão, e aos pouquinhos, com humildade, ir desconstruindo esse preconceito que já mora dentro de nós.
Para ver, e realmente ajudar o próximo, precisamos OUVIR quem sofre com essa opressão, e aos pouquinhos, com humildade, ir desconstruindo esse preconceito que já mora dentro de nós.
E aí, você já se desconstruiu
hoje?
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